Disfunção renal
Estudo feito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul com 40 crianças expostas aos agrotóxicos na área rural identificou que elas podem apresentar disfunção renal precoce, alterações hematológicas e danos lipídicos e protéicos.
Dano ao DNA
Ao menos 12 estudos apontaram que a exposição aos agrotóxicos, seja por meio do ofício ou consumo, pode provocar dano ao DNA e, por consequência, algum tipo de câncer. A doença surge a partir de uma mutação genética, ou seja, de uma alteração no DNA da célula, que passa a receber instruções erradas para as suas atividades.
Intoxicação
Ao menos quatro pesquisas identificaram a ocorrência de intoxicação em moradores da área rural, agricultores e seus familiares, incluindo as crianças. Os estudos foram feitos em áreas agrícolas de Mato Grosso, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Os sintomas podem ser tanto agudos, como náusea, tontura, vômito, dificuldade respiratória e diarréia, quanto crônicos, como ansiedade, alteração no sono, dor de cabeça, depressão, cansaço, formigamento e distúrbio comportamental.
Desempenho cognitivo
Estudo feito em área contaminada com pesticidas no Rio de Janeiro identificou que 40% das crianças que participaram da pesquisa apresentaram inteligência inferior à média em seis domínios cognitivos.
Câncer de pele
Estudo feito no Rio Grande do Sul apontou que agricultores estão expostos a condições de trabalho que favorecem o desenvolvimento de câncer de pele pela exposição à radiação solar ultravioleta e aplicação de pesticidas.
Alterações hematológicas
As doenças hematológicas são as que comprometem a produção de componentes do sangue como hemácias, leucócitos e plaquetas. Cinco estudos encontraram esse tipo de alteração em agricultores no Espírito Santo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Alguns dos sintomas relatados foram: irritação nos olhos, dores de cabeça, dores nas articulações e dores musculares.
Alteração hepática
É quando há alguma alteração no funcionamento do fígado, o que pode provocar cansaço, fraqueza e outros sintomas. Três pesquisas detectaram possibilidades de desenvolvimento de doenças hepáticas em agricultores em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Malformação congênita
Estudo feito no Mato Grosso encontrou evidências de que a exposição paterna a agrotóxicos, principalmente quando associada à baixa escolaridade materna, pode estar relacionada a maiores taxas de malformação fetal. Outros estudos apontaram que a malformação congênita pode ser um desdobramento da alteração do DNA.
Distúrbio do movimento
Um estudo feito no Rio de Janeiro pela Fiocruz e a UFRJ com agentes de vigilância, que fazem inspeção e aplicam inseticidas, identificou que o tempo de exposição aos agrotóxicos pelo trabalho teve impacto importante para o desenvolvimento de tremores.
Deficiência auditiva
Três pesquisas realizadas em municípios do Paraná e São Paulo, principalmente com fumicultores, mostraram que agricultores expostos aos agrotóxicos apresentaram sinais de disfunção auditiva mesmo sem terem sido expostos a ruídos ou outros agentes químicos.
Desreguladores endócrinos
Os resultados de um estudo feito no Rio Grande do Sul indicam que os agricultores, que trabalham na cultura de soja estão expostos a misturas de agrotóxicos com propriedades desreguladoras endócrinas. Outros estudos citam as propriedades desreguladoras dos agrotóxicos. Os efeitos para a saúde são diversos e dependem de cada uma das substâncias a que a pessoa foi exposta.
Cefaléia
A dor de cabeça é um dos sintomas mais relatados por agricultores após a aplicação de pesticidas em três pesquisas realizadas no Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Os produtores relataram outros sintomas associados como irritação das mucosas, taquicardia, visão turva, alteração do sono, irritabilidade, palpitação, chiado, tosse, má digestão, cansaço e sinais depressivos.
Alterações na tireóide
Ao menos dois estudos detectaram alterações nos níveis de hormônio estimulante da tireóide, sendo que um deles foi realizado com crianças. Uma das pesquisas, no interior do Rio Grande do Sul, apontou que a exposição de curto e longo prazos a pesticidas pode alterar os hormônios da tireóide e os níveis de testosterona masculina.
Danos aos hormônios reprodutivos
Estudo realizado no Rio Grande do Sul apontou que homens do campo tinham morfologia de esperma mais pobre, maior contagem de esperma e menor LHníveis (hormônio ligado à fertilidade) na comparação com quem mora em centros urbanos.
Hepatite crônica
Estudo realizado em Minas Gerais verificou que a exposição aos agrotóxicos pode levar à lesão dos hepatócitos (células que fazem as funções metabólicas do fígado). Essa condição pode gerar hepatite crônica de origem tóxica. Os sinais são visíveis apenas quando o fígado entra em insuficiência, o que reduz a possibilidade de tratamento.
Câncer bucal
Estudo feito no interior de São Paulo indicou que o uso de agrotóxicos por trabalhadores rurais pode aumentar o risco de desenvolvimento de câncer oral, tanto em exposição isolada, quanto em exposição combinada a um reconhecido agente carcinogênico: o cigarro.
Desequilíbrio do sistema imunológico
Estudo feito com população rural exposta a agrotóxicos no interior de Santa Catarina observou alterações que podem causar desbalance do sistema imunológico e, consequentemente, a queda das defesas do organismo. Esses indivíduos estão mais suscetíveis a desenvolver infecções, alergias, doenças autoimunes e até neoplasias.
Risco cardiovascular
Estudo feito com agricultores familiares no Rio Grande do Sul comprovou que mesmo a baixa exposição aos agrotóxicos pode causar alteração de biomarcadores, que são parâmetros biológicos que podem indicar diagnóstico de alguma doença. Neste caso, as alterações indicaram risco cardiovascular aumentado e efeito crônico.
Saúde mental
Quatro pesquisas realizadas no Ceará, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro identificaram que a exposição a agrotóxicos pode ser associada a sintomas depressivos. Um dos estudos aponta que a ingestão de agentes tóxicos é um método utilizado em tentativas de suicídio.